Ao adentrar naquela floresta úmida e escura, percebi que eu era observada.
Por todos os cantos, olhos, risadas...
Não ousaria prosseguir nesta jornada se não fossem os benefícios que receberia ao término dela.
Nem pensaria em respirar com calma e não revelar quem sou se não se fizesse necessário não ser eu mesma.
Respirei fundo e pulei do avião.
Caí na mata e corri para que não ficasse ao relento quando a noite caísse.
Me abriguei no tronco mais fraco da velha árvore. E ele me serviu de ninho.
Mas veio a chuva forte, os ventos e ventanias.
Corri novamente e me esqueci dos motivos que me fizeram embrenhar-me nesta jornada que agora se tornava sem propósito, sem sentido, ou pior, meramente por dinheiro.
Sente e chorei frente ao inimigo que me constrangia e ludibriava.
Confirmei que era fraca e tola.
Nada mais normal para alguém de minha idade.
Ele se foi.
O inimigo. O não-amigo.
E eu fiquei ali sozinha chorando minhas magoas, rezando para que o cavaleiro branco viesse me resgatar. Mas aquela era uma tarefa que eu tinha de transpor SOZINHA.
Ainda vago perdida na floresta.
Mas ainda posso ver ao longe a fumaça do castelo do doce cavaleiro que me aguarda no final da corrida. Com uma coroa de louros em minha homenagem.
Imagino a fogueira, quente e acolhedora.
Lá as coisas não são mais fáceis, mas são menos difíceis. Só porque ele está do meu lado.
Mas aqui, os olhares ainda zombam de mim, e tento me convencer que não preciso ser bem quista para ser feliz.
Garota de Vênus
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eu já tive essa mesma sensação algumas vezes.
é aterrador.
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