A corrida aumentava a frequência cardíaca,
Mas esse era o único modo de despistar o frio.
Sons estranhos confundiam o meu compasso,
O salto dificultava cada passo.
Corria sem saber pra onde,
Tudo passava por mim desapercebido,
A luz de uma lâmpada, bem distante iluminava o meu objetivo,
Mas a cada passo a frente meu, havia um outro passo a frente dela.
Nesse jogo masoquista de pique-e-pega...
Ela me pegou. E eu não peguei ela.
Seu brilho de Medusa havia me hipnotizado,
E fugir daquela busca parecia loucura.
Mas essa corrida também não o era?
Corri ao ponto dos meus músculos doerem,
Eu sabia que outras pessoas também corriam.
Em outras ruas, outras dores, outras vidas...
Mas a luz era a mesma?
O suor escorria pelo meu rosto cansado,
E uma voz me dizia: seu tempo está sendo marcado.
Até que caí.
A luz não me esperou.
Ela deveria ter esperado?
Catei os cacos do meu corpo debilitado,
E juntei aos da minha mente fatigada.
Levantei e segui com as forças que restavam...
A luz me acompanhava de longe,
Sorrindo de forma sacana da minha sina.
E eu, presa nessa caminhada,
Caminhando em busca do que um dia foi um destino.
Garota de Vênus
[ 2 Comentários ]
2 Comentários:
nossa... parece que voltei anos no passado da minha propria vida.
obrigado por me fazer recordar pensamentos de outrora, srta lee.
Tudo o que se ganha, se ganha na corrida. Mas nem todas elas valem a pena correr. Algumas só cansam.
A luz, essa boboca, não pode te cansar.
Acenda uma vela, enquanto isso =)
E não se esqueça: na alegria e na tristeza.
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