O barulho das águas me chamaram,
Aquele som, eu quase podia toca-lo.
Fui até lá lavar meus pecados.
Fiz uma concha com as mãos,
Em reverência ao mar.
Ou a lembrança dele.
Eu podia sentir cada gota,
Cada lágrima indo embora.
O calor derretia o lodo, a lama.
Tudo indo embora.
Por um momento cada ato, palavra e atitude,
Um de cada vez, vinham me dizer adeus.
Tantas memórias...
A agua parecia mudar,
Mais densa, mais quente...
Mas aquele som,
Era o reconforto.
Ela um cobertor de veludo em noites frias.
Era a sinfonia mais bonita.
Mergulhada em lembranças,
Arrisquei ir até o fundo.
Me lavar por completo,
E me despir dos pesares.
Foi ali que eu te vi,
Indo embora.
Eu nadei sem pensar,
Tentando me agarrar a nossa ultima lembrança.
Me afoguei.
No tempo passado,
Nas dores de um pesar ainda guardado.
Dentro de mim o seu corpo permanecia,
O caixão, de vela acesa, velado.
Perdi a consciência.
Acordei as beiras de um rio.
Alguém me chamava:
- Moça, não se deve nadar no Lethes!
(Eu pensei: - Lethes? que Lethes?)
E a voz dizia novamente:
- Quer ajuda, onde você mora?
(- Quero ajuda? Onde eu moro?)
Percebi que tinha mais alguém com ele.
(- quem era ele?)
E ele diz a pessoa mais distante:
- Mais uma que se banhou no Lethes, e perdeu-se de si mesma.
(- Lethes? que Lethes?)
Garota de Vênus
[ 1 Comentários ]
1 Comentários:
onirico.
quase posso sonhar tambem...
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